A peça “A Origem do Mundo” chega no Rio, no Teatro Glaucio Gil

“Todos aqueles homens obcecados pela genitália feminina... Uma história muito ridícula, e eu quis rir dela. Foi esse meu ponto de partida. Em vez de escrever um artigo, foi mais divertido fazer quadrinhos.” (Liv Strömquist)

A Origem do Mundo, fotos Claus Lehmann

Lançada em 2014 na Suécia, a HQ “A origem do Mundo – uma história cultural da vagina ou a vulva vs. o patriarcado”, repleta de ilustrações num traço incisivo impresso em preto, branco e vermelho, provocou discussões sobre temas urgentes com muita informação histórica e um sarcasmo impagável.

A publicação rodou o mundo - foi editada em 25 países atingindo a marca de mais de 100 mil exemplares vendidos, chegando ao Brasil em 2018, no catálogo do selo Quadrinhos na Cia, da Companhia das Letras. 

Arrebatada pelo contato com esse anárquico libelo feminista, a atriz, apresentadora e escritora Luisa Micheletti foi tomada pelo desejo de adaptá-lo para o teatro e expandir essa didática bem-humorada e instigante de Liv Strömquist para o público brasileiro. A peça chega ao Rio depois de sucesso de público e crítica em São Paulo, tendo recebido cinco estrelas do jornalista e membro APCA Miguel Arcanjo.


SINOPSE

Duas atrizes experimentam, com humor, diferentes linguagens teatrais para recriar passagens importantes da história e questionar nomes como Freud, Sartre e até mesmo a NASA em relação ao que foi dito sobre a vulva e a vagina.


RINDO DOS EQUÍVOCOS, EXALTANDO AS VERDADES

O livro - e a peça -, cheio de informações de potencial interesse pouco difundidas, destaca fatos como a tardia descoberta de que o clitóris, bem mais que um “pequeno ponto”, é um órgão complexo com cerca de dez centímetros. Ou ainda o episódio da sonda Pioneer, lançada pela NASA em 1972, que enviava a supostos alienígenas representações dos seres terrestres com ilustrações que exaltavam o pênis masculino e nada mostravam da genitália feminina. 

O livro coloca em xeque até mesmo pensamentos equivocados de figuras luminares como o psicanalista Sigmund Freud (1856-1939) e o filósofo Jean-Paul Sartre (1905-1980): o primeiro, por ter disseminado a tese de que haveria duas formas distintas de orgasmo feminino, o vaginal e o clitoriano; o segundo por ter estabelecido uma afrontosa analogia da genitália feminina com um “buraco”. 

Absurdos históricos como estes são levados à cena de forma irônica e bem humorada pelas atrizes.

“A ausência da tal ‘linha’ que define a vulva continua firme e forte em bonecas, manequins e ilustrações, indicando que a genitália feminina mais se aproxima de ‘nada’ do que de ‘algo em si”, explica Luisa Micheletti. 

Julia Tavares completa: “Queremos furar bolhas, falar não só para as mulheres, porque isso é algo urgente. E o humor é a melhor forma de fazer isso, porque podemos dizer coisas duríssimas e divertir ao mesmo tempo. Ninguém quer sair de casa só para apanhar”.


A MONTAGEM

A montagem investe num jogo que imprime o ritmo frenético das HQs, com direito a duas paródias musicais assinadas por Luisa e Julia - uma nspirada num clássico de Zezé Di Camargo & Luciano e outra no tema do musical Os Miseráveis, de Claude-Michel Schönberg. O cenário é composto por pilhas de livros que representam variados elementos.

Mesmo se concentrando na comicidade, a peça, assim como o livro, também produz momentos de grande densidade, como explica a diretora:

“Esse é o tipo de dramaturgia que não se encerra nunca. O texto é muito vivo, se ajusta ao discurso conforme tudo acontece. O livro tem essa estrutura de informar, de dar os dados em meio à coisa sarcástica, em meio à momentos de porrada. O misto das duas coisas será pontual pra que as pessoas voltem para casa e pensem mais profundamente sobre o que viram”, conclui Maria Helena. 


FICHA TÉCNICA

Espetáculo baseado na HQ de Liv Stromquist

Idealização: Luisa Micheletti

Dramaturgia e Atuação: Julia Tavares e Luisa Micheletti

Direção: Maria Helena Chira

Cenário e Figurinos: Cássio Brasil

Iluminação: Gabriele Souza

Trilha sonora: Nana Rizinni

Letras das paródias: Julia Tavares e Luisa Micheletti

Provocadoras do processo: Eme Barbassa e Thaís Medeiros

Direção de Produção: Maria Helena Chira 

Produção Executiva: Claus Lehmann

Assessoria de Imprensa: JSPontes Comunicação - João Pontes e Stella Stephany


MARIA HELENA CHIRA - diretora

Idealizou o espetáculo Ensaio, com direção de Leonardo Moreira, e fez parte do elenco de Vidas Privadas, de Noel Coward, dirigido por José Possi Neto. Seu trabalho mais recente foi a estreia mundial de A Desumanização, de Valter Hugo Mãe. Dirigido por José Roberto Jardim, o espetáculo, que circulou por São Paulo, Brasília e Rio de Janeiro, foi produzido por Maria Helena e, em sua estreia, contou com a presença do autor. Na TV, estreou na minissérie Som & Fúria, de Fernando Meirelles. Na Rede Globo, também integrou o elenco das novelas Tititi, Cheias de Charme e Sangue Bom. Em 2015, ganhou o Prêmio Telas de Melhor Atriz por seu trabalho na série Zé do Caixão. Em 2016, estreou o longa-metragem Trago Comigo, de Tata Amaral. 


LUISA MICHELETTI - idealizadora, atriz e adaptadora

Esteve à frente de programas musicais nas emissoras MTV Brasil e Multishow. Na TV, integrou o elenco da novela Novo Mundo, da Rede Globo. Criou e protagonizou a série de ficção Desprogramado, no Multishow, e atuou nas duas temporadas da série Rio Heroes, da FOX Premium. No teatro, atuou em: O Balcão, de Jean Genet, Fantasmas, de Ibsen, e H.A.M.L.E.T., espetáculos da Cia. Club Noir; Quero Morrer Com Meu Próprio Veneno, com direção de Mika Lins; e O Aquário, dirigido por Cássio Brasil. Escreveu e protagonizou a peça Soror, com direção de Caco Ciocler. Participou dos longas-metragens Linha de Passe, de Walter Salles e Daniela Thomas, Estamos Juntos, de Toni Venturi, e Rota de Fuga, de Pablo Uranga. Como escritora publicou Nem Sofá, Nem Culpa (contos, 2017) e Dentro do Outro (poemas, 2020), editados pela Laranja Original.


JULIA TAVARES - atriz e adaptadora

Foi roteirista dos canais Porta Dos Fundos e Faculdade Descomplica. Escreveu e atuou no monólogo de comédia Julia & Julia, dirigido por Debora Lamm. Também no teatro, integrou o elenco de Paralelamente, com direção de João Rodrigo Ostrower e Lisa Eiras, atuou em Estamos Indo Embora, de Luiz Felipe Reis, e O Corpo da Mulher Como Campo de Batalha, de Fernando Philbert. Em 2015, foi indicada ao prêmio Yan Michalski de Melhor Atriz, por Noises Off. Atualmente integra o elenco principal da série infantil Detetives do Prédio Azul e trabalha no roteiro do longa-metragem A Missão de Ulisses para a Conspiração Filmes.



Serviço:

ESTREIA: dia 07 de setembro (5ªf) às 20h

ONDE: Teatro Glaucio Gil 
Pça Cardeal Arcoverde, s/nº, Copacabana / RJ

HORÁRIOS: quintas e sextas às 20h 
INGRESSOS: R$60 e R$30 (meia)  
HORÁRIOS BILHETERIA: a partir das 16h  
VENDAS ONLINE: https://funarj.eleventickets.com  
DURAÇÃO: 60 min  
CLASSIFICAÇÃO: 16 anos 
GÊNERO: comédia 
CAPACIDADE: 100 lugares  
ACESSIBILIDADE: sim 
TEMPORADA: até 29 de setembro





Press release by JSPontes Comunicação








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