CCBB SP recebe primeira leitura da peça “Babilônia Tropical - A Nostalgia do Açúcar”.

Selecionado no edital do Centro Cultural Banco do Brasil de 2020, o projeto "Babilônia Tropical - A Nostalgia do Açúcar" é uma obra teatral que se debruça sobre um dos períodos mais estudados e documentados da história do Brasil, quando os holandeses governaram o nordeste brasileiro no século XVII. O CCBB recebe, em 10 de dezembro, a primeira leitura do espetáculo, que ocorrerá no cinema e tem entrada gratuita.

CCBB SP recebe primeira leitura da peça “Babilônia Tropical - A Nostalgia do Açúcar”.

Devido ao açúcar, Pernambuco era uma das regiões mais ricas do mundo, despertando interesses que o colocaram no centro de uma disputa de dimensões globais envolvendo três continentes: África, América e Europa. Recife, a capital do governo holandês no Brasil, tornou-se o palco de questões que revelam muito do que nos tornamos a partir de então.

Para investigar isso, a peça parte das poucas informações existentes sobre a vida de uma mulher que viveu no período, Anna Paes, e a posição singular que ocupou naquela sociedade. O único documento que restou, atestando sua existência, é um bilhete de próprio punho escrito para Nassau dando seis caixas de açúcar de presente quando ele chegou ao Brasil.

Nascida em Olinda e descendente de portugueses, Anna ficou viúva aos 18 anos, quando seu marido morreu na primeira batalha contra os holandeses, assim que eles invadiram o nordeste brasileiro, em 1630. Passou então a administrar, ela mesma, o engenho da família – um dos maiores de Pernambuco. Casou-se com um holandês em 1637, mesmo ano da chegada de Maurício de Nassau ao Brasil, tornou-se calvinista e com a derrota dos holandeses em 1654, perdeu todos os seus bens e foi embora para a Europa.

Damigo explica que "a peça não tenta fazer uma reconstituição histórica de sua vida. Até porque, diferente do que experimentei com a Leopoldina, cuja vida é extensamente documentada, há pouca informação sobre Anna Paes. E muita especulação, diga-se de passagem: por ter sido uma mulher que desafiou os lugares destinados ao seu gênero, foi tida como 'muito desenvolta', para citar um cronista da época, e até hoje, parte dos historiadores validam teses sem fundamento algum em documentação histórica de que ela teve casos com Nassau, entre outros, num flagrante de misoginia estrutural."

Nesse sentido, a parceria com o historiador recifense Daniel Breda tem sido fundamental. A dramaturgia explora, então, essas lacunas na história para, ao invés de tentar preenchê-las com respostas, habitar as perguntas que elas nos suscitam.

Com estreia prevista para ocorrer em 2023, o projeto recebeu apoio da Embaixada dos Países Baixos para o desenvolvimento da dramaturgia, possibilitando a realização de uma viagem do autor a Pernambuco e a participação de Daniel Breda no processo de pesquisa, além de uma imersão com o elenco da peça, a publicação de um "Caderno de Estudos" com conteúdos sobre o processo de criação do texto e a realização desta leitura no Centro Cultural Banco do Brasil em São Paulo.

No elenco, a atriz Carol Duarte interpreta Anna Paes, acompanhada de mais três atores que se revezam nos papéis masculinos: Felipe Oládélè, Leonardo Ventura e Guilherme Calzavara. O músico Adriano Salhab também acompanha o processo e estará em cena.


FICHA TÉCNICA

Idealização, texto e direção: Marcos Damigo

Elenco: Carol Duarte, Felipe Oládélè, Guilherme Calzavara, Leonardo Ventura

Direção musical: Adriano Salhab

Assistente de direção: Olga Torres

Direção de movimento: Patricia Bergantim

Consultoria histórica: Daniel Breda

Direção de produção: Reprodutora | Gabriel Bortolini

Produção executiva: Luiz Schiavinato

Comunicação: Agência Fervo | Priscila Cotta

Programação visual: Rafa Saraiva e Camila Cavalcanti

Realização: Embaixada dos Países Baixos e Centro Cultural Banco do Brasil


Marcos Damigo (diretor/autor/idealizador)

Ator, diretor e autor teatral, estudou na Escola de Arte Dramática (ECA/USP) e possui grande interesse pela história do Brasil como fonte de criação artística: estreou em 2018 "Leopoldina, Independência e Morte", que circulou nos CCBBs de São Paulo (onde estreou em 2018 e realizou mais duas temporadas, em 2019 e 2022), Belo Horizonte (2019) e Rio de Janeiro (2020); ganhou o Prêmio Nascente da USP por seu primeiro texto teatral, "Cabra" (1999), sobre a Guerra de Canudos; adaptou clássicos como "O Retrato de Dorian Gray" (2006), de Oscar Wilde, realizado pelo Teatro Popular do SESI SP, onde também foi protagonista, e "Ladrão de Frutas" (1999), baseado no livro "O Barão nas Árvores" de Ítalo Calvino, para a Cia. Circo Mínimo; e coordenou a dramaturgia do projeto "O Que Morreu Mas Não Deitou?" (2004), indicado ao Prêmio Shell na categoria especial. Como diretor, realizou "Os Visitantes" (2010), de Priscila Gontijo, e "perfeitos, perversos, educados" (2013), de Howard Brenton, que também traduziu para o português. Na televisão, estreou no SBT como protagonista da novela "Fascinação" (1998), de Walcyr Carrasco. Na Rede Globo, atuou em "Joia Rara" (2014), de Thelma Guedes e Duca Rachid, ganhadora do prêmio Emmy Internacional de melhor novela, e "Insensato Coração" (2010), de Gilberto Braga e Ricardo Linhares. Recentemente, atuou nos elogiados monólogos baseados nas obras de Machado de Assis "As Sombras de Dom Casmurro" (2016), sob direção de Débora Dubois, e "Memórias Póstumas de Brás Cubas" (2017), direção de Regina Galdino, que lhe rendeu indicação ao Prêmio APCA de Melhor Ator 2017. Colabora desde 2017 com a Cia. Livre, com quem realizou "Dostoievski Trip" (2017) de Vladimir Sorókin, e "Os Um e Os Outros", adaptação de "Horácios e Curiácios" (2019) de Bertolt Brecht. Em 2022, protagonizou "O Pai", de Strindberg, direção de Regina Galdino.


Carol Duarte (atriz)

Formada pela Escola de Arte Dramática, interpretou com destaque o personagem transexual Ivan na novela "A Força do Querer" (2017) de Glória Perez, ganhando o prêmio APCA de melhor atriz de televisão. Atuou também no longa "A Vida Invisível" (2019), de Karim Aïnouz, com o qual ganhou o prêmio APCA de melhor atriz de cinema. Em 2022 filmou o ainda inédito "La Chimera", produção italiana dirigida por Alice Rohwacher, com Isabella Rossellini. No teatro, já trabalhou com diretores como Celso Frateschi, Caroline Bianchi e Luciene Guedes, entre outros.


Felipe Oládélè (ator)

Estudou atuação no Centro de Formação Artí­stica Tecnológica da Fundação Clóvis Salgado, em Belo Horizonte. Estreou o solo "Travessia" no SESC Pompeia, que escreveu, dirigiu e interpreta. Estudou Cinema no Instituto de Cinema de São Paulo (SP). Em 2012, participou de intercâmbio em Buenos Aires (ARG) no seminário de Máscara Neutra e Improvisação Teatral, ministrado por Marcelo Savignone. Durante o ano de 2014, participou de vivência artística com o Bando de Teatro do Olodum em Salvador. Em 2017 participou de duas residências artísticas em Frankfurt e Dresden para criação do espetáculo "PRETO" da companhia brasileira de teatro, que estreou no mesmo ano. Em 2019 esteve em Cabo Verde, na cidade de Mindelo, para residência artística Dança, festa e persistência, voltada para pesquisar danças  populares cabo-verdianas. Também em 2019 participou da residência artística da "Demolition Incorporada" em Teresina (PI) orientada pelo coreógrafo Marcelo Evelin. Fundou a Companhia Negra de Teatro em 2015 em Belo Horizonte, pela cia circula hoje com o espetáculo "Chão de pequenos", direção de Zé Walter Albinati e Tiago Gambogi. Pela cia criou a performance "Invisibilidade social". No cinema, atuou em filmes como "Apto 420" de Dellani Lima, "Velhoeste", de Thiago Taves Sobreiro e "Coiote", de Sérgio Borges. Dirige e atua no curta "Wanderlust", assinado pela Companhia Negra de Teatro e "PAPIAMENTO" dentro do Projeto Atlânticos.


Guilherme Calzavara (ator)

Formado em música, ingressou na Orquestra Sinfônica de Bragança Paulista aos 14 anos, e a partir de 2004 juntou-se ao Teatro Oficina para a criação da saga de "Os Sertões, onde realizou vários espetáculos, entre eles "Cacilda 2", "Vento Forte para Papagaio Subir", "Dionisíacas", "Bacantes", "Roda Viva" e o recente "Fausto", que esteve em cartaz no SESC Pinheiros. Para vários desses espetáculos assinou também a direção musical. Colabora também com outros coletivos teatrais de São Paulo, como a mundana companhia, com a qual realizou "O Duelo", direção de Georgette Fadel, e "Na Selva das Cidades", direção de Cibele Forjaz, e a Cia. Livre, com quem realizou "Dostoievski Trip", direção de Cibele Forjaz, entre outros. Recentemente esteve em cena também em "Consentimento", de Nina Raine e direção de Hugo Possolo. No audiovisual, esteve na série "Hit Parade" (2021), do Canal Brasil.


Leonardo Ventura (ator)

Ator e diretor formado pela UNICAMP, trabalhou durante vários anos com o diretor Antunes Filho no Centro de Pesquisa Teatral, com quem realizou "Toda Nudez Será Castigada" (2012) de Nelson Rodrigues, e "Nossa Cidade" (2013), de Thornton Wilder. Participou da Casa Laboratório, dirigida por Cacá Carvalho, com quem realizou "Os Figurantes" (2007) e "O Homem Provisório" (2007). Trabalhou também com diretores como Gabriel Villela, em "Boca de Ouro" (2017) de Nelson Rodrigues, "Peer Gynt" (2016), de Strindberg e "A Tempestade" (2015), de Shakespeare. Em 2019, atuou na série "O Escolhido", da Netflix.


Adriano Salhab (direção musical)

Compositor, cantor, instrumentista, ator e produtor musical natural de Recife, participou de vários coletivos, entre grupos musicais e teatrais em Recife e São Paulo, com destaque para a montagem de "Os Sertões", do Teatro Oficina. Ganhou o prêmio de melhor disco pop Prêmio da Música de Pernambuco com "Amor Grave" (2016) e o prêmio APCA de melhor banda com "Textículos de Mary" (2002), além de ter seu disco "O Sol Rodando Vermelho" (2012) contemplado pelo prêmio Rumos do Instituto Itaú Cultural. Esse trabalho se compõe de canções criadas para a série de cinco espetáculos dirigidos por José Celso Martinez Correa baseados em "Os Sertões", de Euclides da Cunha. Com a direção de Cibele Forjaz, da Cia. Livre, realizou "Os Um e Os Outros" (2019) como músico em cena e, além de projetos com o Grupo XPTO, apresenta seus shows, seu projeto de forró de rabeca e viola "Trio Xique Xique" e acompanha o Coral Materna em Canto desde 2018.


                                                           

Sobre o CCBB São Paulo

O Centro Cultural Banco do Brasil em São Paulo, iniciou suas atividades há mais de 20 anos e foi criado com o objetivo de formar novas plateias, democratizar o acesso e contribuir para a promoção, divulgação e incentivo da cultura. O CCBB SP valoriza a diversidade, múltiplas linguagens, ineditismo, relevância cultural e as expressões de brasilidade. Com uma programação regular e acessível a todos os públicos, que contempla as mais diversas manifestações artísticas e um prédio que por si só já é uma viagem na história e arquitetura, o CCBB SP é uma referência cultural para os paulistanos e turistas da maior cidade do Brasil.                  


SERVIÇO

Leitura do texto teatral inédito “Babilônia Tropical - A Nostalgia do Açúcar”

Local: Centro Cultural Banco do Brasil São Paulo 

Data: 10 de dezembro | Sábado

Horário: 19h

Ingressos: Gratuitos, disponibilizados pelo site bb.com.br/cultura a partir de 2 de dezembro ou presencialmente na bilheteria do CCBB.

Duração: 80 minutos

Gênero: Drama Histórico

Classificação indicativa: 14 anos

Capacidade: 60 lugares

Endereço: Rua Álvares Penteado, 112 – Centro Histórico, São Paulo – SP 

Funcionamento: Aberto todos os dias, das 9h às 20h, exceto às terças 

Entrada acessível: Pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida e outras pessoas que necessitem da rampa de acesso podem utilizar a porta lateral localizada à esquerda da entrada principal. 

Informações: (11) 4297-0600 

Estacionamento conveniado: O CCBB possui estacionamento conveniado na Rua da Consolação, 228 (R$ 14 pelo período de 6 horas - necessário validar o ticket na bilheteria do CCBB). O traslado é gratuito para o trajeto de ida e volta ao estacionamento. No trajeto de volta, tem parada na estação República do Metrô. As vans funcionam entre 12 e 21h. 

Transporte público: O Centro Cultural Banco do Brasil fica a 5 minutos da estação São Bento do Metrô. Pesquise linhas de ônibus com embarque e desembarque nas Ruas Líbero Badaró e Boa Vista. 

Táxi ou Aplicativo: Desembarque na Praça do Patriarca e siga a pé pela Rua da Quitanda até o CCBB (200 m). 

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Via press release









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